"Estão com o vício desta prática. Seja o Israel Novaes, Gustavo Lima e Jorge e Mateus..e no forró algumas bandas vem praticando isso. Eles perdem esta ética profissional". Este é o desabafo do empresário Marcos Sabiá, da banda Chicabana, que decidiu comentar o que ele considera uma prática "que já acontece há muito tempo.
Na realiadade isso existe, principalmente, no Sul e Sudeste onde os sertanejos pegam todo sucesso que a Bahia produz porque eles têm procurado nossos compositores para comprar estes sucessos. Aí levam para o mercado deles", analisou Sabiá, após a Chicabana, segundo ele, ser vítima desta ação.
Desta vez, a música que está em jogo é a 'Pad, IPhone, IPod, Ai Dentro'. "Pegamos o compositor - Pepê Junior - e investimos na obra do cara. Pegamos a música e trabalhamos ela. Isso tudo em uma reunião onde fechamos o reveillon de São Luis. O compositor quase implorou para que Kiko (vocal da Chicabana) tocasse e gravasse a música. Aceitamos a proposta dele e a autorização foi assinada. Então começamos a executar a música dele. Lá atrás, nos comprometemos em gravar esta música no dia 5 de fevereiro, em São Luís, onde Kiko irá gravar com o próprio compositor. Mas, uma pessoa da Garota Safada procurou o cara, o levou para Fortaleza, pagou tudo. O compositor então, por uma necessidade financeira que até entendo, deu a música, reeditou e deu outra autorização. Juridicamente não tenho conhecimento com relação a isso, mas o setor jurídico da Chicabana já está resolvendo e tomando as devidas providências", ressaltou.
A polêmica teve início após o vocalista Wesley Safadão, da banda de forró Garota Safada, aparecer em um banner divulgando a música como sendo do deles e, ainda por cima, um novo sucesso. "A música já havia sido gravada e executada há dois meses atrás pela Chicabana. Houve uma duplicidade de autorização", explicou Sabiá.
Para o empresário baiano, esta postura de alguns artistas reflete "a falta de ética profissional. O axé não faz isso. Queremos dar uma resposta para os sertanejos e outros segmentos. Que eles até divulguem e não deixem de tocar. Mas, digam quem é a banda e o compositor. Que não façam o uso daquela obra como se fosse deles. Todo grupo de axé está unido porque este tipo de atitude já desgatou", afirmou.
O caso mais recente ocorreu com o Lepo Lepo da banda Psirico. A polêmica que tomou conta de todo Brasil envolvendo a música da banda Psirico chegou ontem ao fim. Na tarde de domingo (19), o produtor musical Rafael Vannucci publicou em seu Instagram um áudio do cantor sertanejo Cristiano Araújo executando a música, acompanhado da hashtag #vazou, como se o artista fosse o dono do hit executado e já concorrendo como a melhor música do Carnaval 2014 na voz de Márcio Vitor, da banda Psirico. "Sucesso do carnaval com @cris_araujo !! Musica nova !! Lepo Lepo !!! Topissimo !! #vazou", escreveu Vanucci na rede social. A composição é de autoria da dupla Filipe Escandurras e Magno Sant'anna e desde que o Psi - como é carinhosamente chamada pelos fãs em todo o país - cantou o sucesso Lepo Lepo, a canção estourou e, era de se esperar, que qualquer um buscasse regravar a música e incluí-la nos repertórios dos shows.
Até aí, tudo bem. Porém, a publicação de Vanucci causou mal estar no meio artístico e Cristiano, que não comentou o post, afirma em nota que não quis tomar a música para si. Ele se defendeu de acusações que partiram de internautas e falou sobre a admiração que tem pela Psirico. "Toda minha vida e carreira é calçada em muito trabalho, luta e honestidade!! Minhas músicas também foram regravadas por muitos artistas, inclusive baianos, o que me deixou muito feliz e honrado!! Jamais faria qualque coisa para prejudicar ou magoar alguém! Principalmente um artista como Márcio Vitor e a banda Psirico da qual sou admirador e fã!! Quanto ao fato de eu ser ofendido e caluniado agirei com fé na justiça de Deus e no rigor da lei", afirmou.
Dito isso e sem restar dúvidas sobre quem é o pai da Lepo Lepo, a reportagem do Bocão News conversou com o empresário da Psirico, Flávio Maron, que confirmou que a música é do Psirico e reconheceu que, pelo sucesso que a banda fez Lepo Lepo se tornar, "a música acaba sendo cantada por todo mundo. Houve esta polêmica, mas os meninos são amigos (referindo-se a Márcio, Cristiano e os compositores)", ressaltou.
Para o empresário da Chicabana, esta atitude das bandas do Sul inflacionam o mercado e "não iremos aceitar nenhum tipo de boicote a nossos produtos. Nossa musicalidade, nosso segmento.. a Bahia é muito rica para ficar apanhando deles. O intuito não é brigar pela música. Queremos deixar claro e dar exemplo ético e profisisonal para que tenham respeito pelos artistas da Bahia. É uma questão moral. A gente faz a força e a cara deles é que fica vermelha", disparou.
FONTE; Site Bocão News
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